quarta-feira, 19 de junho de 2013

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 08/06/2013

Para iniciar a discussão acerca desse tema, antes de mais nada, é necessária a definição de Direitos Humanos, esse que surge através das necessidades igualitárias do ser humano. Os mesmos meios que permitem o progresso podem provocar a degradação da maioria. Ou seja, nessa concepção, essa barbárie gerada através do consumo em massa é uma das grandes causas da propagação do mal. Quando há maior esclarecimento acerca dos malefícios dessa desigualdade, melhores serão as atitudes e a consciência para com o próximo, para com a causa dos direitos humanos. Mas o que se deve deixar claro é que, para se pensar nesse direito, temos que ter a concepção clara de que a necessidade do próximo também é real e não deve ser colocado em segundo plano quando comparado ao benefício próprio.
Nesse contexto que surge a discussão de direito à literatura, porque não elencar a arte como um necessário e de direito para o ser humano?
Uma distinção que deve ser feita é a sobre os “bens compreensíveis” e “bens incompreensíveis”. Bens esses que diferem devido à cultura da sociedade, os compreensíveis seriam as necessidades reais (que não podem ser negados a ninguém) e os incompreensíveis o que se classificam no campo do supérfluo. Mas para essa categorização do que não se pode ser negado segue a teoria de que o valor das coisas depende em grande parte da necessidade relativa que temos dela.
A questão do direito à literatura como bem compreensível é cultural, porque deve ser firmada em dada sociedade, os valores e direitos devem ser garantidos pelo ponto de vista individual, onde cada um é responsável pela sua educação para com o próximo, uma questão educacional e pelo ponto de vista social, que é um assegurado por leis, estas que devem ser específicas.
É notável que a literatura é uma necessidade universal, logo expressa direitos, vale ressaltar que Antônio Cândido, um grande profissional do ramo de análise e história literária, defende que talvez não haja equilíbrio social sem a literatura. É fundamental lembrar que ela tem papel formador de personalidade e humaniza o humano, pois o faz viver.
Sendo assim, podemos afirmar que a literatura pode e deve ser um direito de todos, deve sim ser um direito dos mais pobres aos mais ricos, não havendo o porquê de não exigirmos que esse seja garantido a todos os cidadãos.
Portanto, exija e faça valer seu direito à literatura, pois é um bem primordial para a formação de seres pensantes. É de total veracidade que seres pensantes são cidadãos melhores e cidadãos melhores elegem pessoas melhores. 

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