“Compreendam-me:
sou um homem de revolução. Aceito, assim, as grandes necessidades, mas somente
sob uma condição: que sejam a confirmação dos princípios e não o seu
desrespeito.” (Victor Hugo)
O nome que para alguns é somente uma grife
renomada, para outros é sinônimo de uma luta em prol da humanização. O
responsável pela inspiração de hoje é Victor Hugo, poeta francês e militante
louvável contra a pena de morte.
A injustiça social, seguida de grande
militância em defesa de seus ideais foi peça chave nas obras e na vida do
escritor, que mesmo sendo um dos principais apoiadores da campanha política de
Napoleão Bonaparte, foi também o primeiro a se rebelar contra a política
elitista, ditatorial e abusiva da pena de morte.
Essa luta o levou ao exílio, aumentando ainda
mais sua concepção ideológica por um mundo e uma França mais justa. Lutando por
uma ordem e progresso específica para todos e não para uma minoria elitista.
Nessa perspectiva, me sinto em total
necessidade de citar os assassinatos em massa que está assolando nosso país.
Seria essa uma pena de morte imposta por bandidos, esses que ao contrário dos
que Victor Hugo tanto lutou contra, não possuem títulos públicos e nem foram
eleitos por uma democracia?
É assustador o número de assassinatos já
registrados, além das trágicas mortes de cidadãos que não possuem ligação
alguma ou conhecimento dos reais motivos dessa luta sangrenta.
No Brasil de hoje a pena de morte virou
movimento e não punição, imposta por uma guerra sem fim entre polícia e
bandidos, pena essa não oficializada, mas que ceifa a vida de muitos cidadãos
comuns que apenas procuram sobreviver em um espaço pouco respeitado e carente
de “Hugos” para defender seus direitos.
Até onde essa epidemia de marginalidade irá
assolar nosso país? Até quando iremos nos contentar em ver os noticiários e não
nos mobilizar para uma possível solução?
Não é no conformismo que se faz um futuro
próspero, é na militância, é na luta pelos nossos direitos que podemos fazer a
diferença. Reclamar da segurança pública e do governo é fácil, difícil mesmo é
fazer concorrência a essa onda de negatividade em massa sem fundamentos
críticos.
E por falar em contemporaneidade... Estaria
Napoleão prevendo o tribunal de exceção que se tornou o caso do mensalão no
Brasil ao citar o famoso trecho: “Do sublime ao ridículo há apenas um passo.”?
Mais que inquisitório esse processo é uma grotesca comédia sem fundo ético.