Ao longo da história, as pessoas
têm vivido na pobreza e na miséria, foram atormentadas, foram degradadas pela
fome e a ignorância, e foram conduzidas às guerras. Porém, algumas escolheram
entrar nessas guerras por um simples fator humanitário: IDEOLOGIA.
Uma jovem, que com apenas 15 anos
resolve fazer parte do Partido Comunista Alemão, em 1923, em um mundo
extremamente machista e conservador é mais um retrato extremo de luta
ideológica. Seu nome? Olga Gutmann Benário! Essa que também respondia por:
Maria Bergner Vilar, Ana Baum de Revidor, Frida Leuschner e Olga Sinek.
Militante de grande peso na União
Soviética, tendo participado de treinamentos políticos e militares na Escola
Lenin, em Moscou, têm sua história atrelada ao Brasil pelas mãos de Carlos
Prestes.
Em 1935, ela chegava ao Brasil
como esposa de Luis Carlos Prestes. Nos passaportes, os nomes falsos Antônio
Vilar e Maria Bergner Vilar. O que no início era apenas um casamento de
fachada, em prol da causa comunista, tornou-se um dos matrimônios mais
lembrados dentro da história brasileira.
Olga que mostrou coragem, embora
grávida, ao se colocar entre a mira de armas e o marido, que iria levar um tiro
à queima roupas, sendo consequentemente presa. A partir de então, inicia seu
caminho mais penoso. Após sua prisão, o governo alemão exige sua extradição,
Alemanha que na época já tinha Adolf Hitler à sua frente. Judia e comunista
nascida em Munique, ela não teria chances em sua terra natal. Apesar de o
advogado de defesa argumentar que o filho no ventre de Olga era cidadão
brasileiro e não podia ser entregue a outro governo, o pedido de extradição foi
aceito pelo Supremo Tribunal Federal. Olga chega então na prisão de Gestapo,
onde deu a luz à sua filha, Anita Leocádia.
Aos 14 meses de vida, sua filha
foi tirada de seus braços e é entregue à avó paterna. Olga foi transferida em
1938 para o campo de concentração de Lichtenburg. Em 1939, para Ravensbrücke e
em 1942, mais uma transferência, desta vez para o campo de extermínio de
Bernbug, onde morreu, aos 34 anos, na câmara de gás.
Sua biografia é hoje retratada
quando se fala em força, luta, determinação e sacrifício. No Brasil, teve há
poucos anos um filme protagonizando sua história, tendo Camila Morgado como
intérprete. E não é só isso, seu nome é lembrado em vários artigos e livros de
história, além de batizar praças, ruas e escolas.
"Aprendi
que, enquanto cidadãos de um Estado, independentemente do ofício, também temos
de nos empenhar politicamente. Não se pode deixar a democracia unicamente aos
políticos, sob o risco de ela se tornar um invólucro vazio em que o cidadão é
apenas gado votante.”. (Gunter Grass)
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