quarta-feira, 19 de junho de 2013

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 18/05/2013

Relações internacionais ainda é uma grande discussão quando o país em questão é Cuba. Mas essa situação já foi muito pior.
No ano de 1990 Cuba destaca agentes para uma missão vista por muitos como suicida. São homens que se infiltram em movimentos anticastristas nos EUA para obter maiores informações acerca de conspirações e ataques em Cuba.
É nesse cenário que surge a Rede Vespa, organização do serviço de inteligência cubano, composta por 14 agentes que aparentemente eram desertores do governo cubano e refugiados na Flórida para então iniciarem suas observações que seriam de grande valia para a segurança cubana. Bem como data de ataques aéreos e por terra com informações exatas de explosão de bombas.
Acreditava-se que a rede era altamente secreta e que não havia conhecimento de sua infiltração na alta direita americana. Só que não foi bem esse o desfecho. Durante anos os agentes trabalharam em segredo. Porém em 2008 o FBI tomou conhecimento e passou a agir.
A operação da polícia americana prendeu 10 agentes cubanos. Sendo que cinco fizeram acordo de delação premiada com a justiça dos EUA e os outros cincos foram julgados, além de terem pena máxima, ainda sofreram com a imposição de regime solitário, com problemas até para a liberação de entrada dos parentes no país para visitas.
O julgamento foi de uma total rigidez, ultrapassando alguns limites humanitários. O que nos leva a pensar: porque os EUA podem infiltrar seus agentes no mundo inteiro e são tão cruéis com quem tenta obter informações dentro de seu país? Mesmo sendo agentes que não apresentam ameaça à segurança pública, apenas investigam seus desertores?
No ano de 2001, Cuba concede o título de Heróis do Império e intitula o ano de 2002 como sendo o ano dos heróis prisioneiros do Império.
Mesmo com todas essas perseguições para com seu país e com o risco de ataques, Cuba permanece fiel ao princípio de não deixar o governo americano tomar conta de seus recursos, embora muitos critiquem sua posição, fica a pergunta: o governo cubano deveria ser mais um brinquedo da imposição americana? Pois bem, acredito que a posição de Cuba é louvável, mantendo sua crença na independência e não se transformando em mais uma peça da política “faço o que quero com os outros” dos americanos.

“Desde que foram condenados, os presos vêm sendo submetidos à um castigo adicional: as dificuldades impostas pelo Departamento de Estado para a concessão de vistos de entrada nos Estados Unidos às mães, esposas e demais familiares dos cinco.
Embora a legislação carcerária dos Estados Unidos preveja visitas mensais, os familiares só puderam visitá-los uma vez por ano. Nunca foram concedidos vistos à algumas das esposas, que jamais puderam visitar seus maridos.

Os vistos de entrada nos Estados Unidos continuaram a ser negados após pedidos e protestos dirigidos à Casa Branca pelo Conselho Mundial de Igrejas, Anistia Internacional, Parlamento Europeu, Câmara dos Comuns da Grã-Bretanha e sindicatos de trabalhadores de nove países.”. (Fernando Morais)

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