Relações internacionais ainda é
uma grande discussão quando o país em questão é Cuba. Mas essa situação já foi
muito pior.
No ano de 1990 Cuba destaca
agentes para uma missão vista por muitos como suicida. São homens que se
infiltram em movimentos anticastristas nos EUA para obter maiores informações
acerca de conspirações e ataques em Cuba.
É nesse cenário que surge a Rede
Vespa, organização do serviço de inteligência cubano, composta por 14 agentes
que aparentemente eram desertores do governo cubano e refugiados na Flórida
para então iniciarem suas observações que seriam de grande valia para a
segurança cubana. Bem como data de ataques aéreos e por terra com informações
exatas de explosão de bombas.
Acreditava-se que a rede era
altamente secreta e que não havia conhecimento de sua infiltração na alta
direita americana. Só que não foi bem esse o desfecho. Durante anos os agentes trabalharam
em segredo. Porém em 2008 o FBI tomou conhecimento e passou a agir.
A operação da polícia americana
prendeu 10 agentes cubanos. Sendo que cinco fizeram acordo de delação premiada
com a justiça dos EUA e os outros cincos foram julgados, além de terem pena
máxima, ainda sofreram com a imposição de regime solitário, com problemas até
para a liberação de entrada dos parentes no país para visitas.
O julgamento foi de uma total
rigidez, ultrapassando alguns limites humanitários. O que nos leva a pensar:
porque os EUA podem infiltrar seus agentes no mundo inteiro e são tão cruéis
com quem tenta obter informações dentro de seu país? Mesmo sendo agentes que
não apresentam ameaça à segurança pública, apenas investigam seus desertores?
No ano de 2001, Cuba concede o
título de Heróis do Império e intitula o ano de 2002 como sendo o ano dos
heróis prisioneiros do Império.
Mesmo com todas essas
perseguições para com seu país e com o risco de ataques, Cuba permanece fiel ao
princípio de não deixar o governo americano tomar conta de seus recursos,
embora muitos critiquem sua posição, fica a pergunta: o governo cubano deveria
ser mais um brinquedo da imposição americana? Pois bem, acredito que a posição
de Cuba é louvável, mantendo sua crença na independência e não se transformando
em mais uma peça da política “faço o que quero com os outros” dos americanos.
“Desde que foram condenados, os presos vêm sendo submetidos à um castigo
adicional: as dificuldades impostas pelo Departamento de Estado para a
concessão de vistos de entrada nos Estados Unidos às mães, esposas e demais
familiares dos cinco.
Embora a legislação carcerária dos Estados Unidos preveja visitas
mensais, os familiares só puderam visitá-los uma vez por ano. Nunca foram
concedidos vistos à algumas das esposas, que jamais puderam visitar seus maridos.
Os vistos de entrada nos Estados Unidos continuaram a ser negados após
pedidos e protestos dirigidos à Casa Branca pelo Conselho Mundial de Igrejas,
Anistia Internacional, Parlamento Europeu, Câmara dos Comuns da Grã-Bretanha e
sindicatos de trabalhadores de nove países.”. (Fernando Morais)
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