“Porque se chamava homem
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases
lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos”.
(Milton
Nascimento/ Lô e Márcio Borges)
Foi com a música que uma geração
exemplar lutou contra a ditadura militar no Brasil. No seio da capital mineira,
brados retumbantes ecoavam em protesto a um governo absurdo que buscava calar a
juventude. É nesse cenário que surge o “Clube da Esquina”, reunindo grandes
gênios da música popular brasileira.
Nesse contexto temos como
personagens: Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges, Beto Guedes, entre
outras figuras de renome em nossa história musical.
Uma geração de grande notoriedade,
que faltariam palavras para conceituá-la, portanto, faz-se necessário focar em
somente um personagem: Milton Nascimento, o popular Bituca.
Vituperatus (mais um dos muitos
apelidos) era um menino negro, de vinte anos, recém-chegado de Três Pontas,
interior de Minas Gerais, para tentar a vida na capital, trabalhando como
escriturário e “arranhando” seu violão nas horas vagas. Foi assim que
conquistou uma grande turma de devotos de seu talento e sua voz.
Milton, dotado de um dom
impressionante tanto pra compor como para interpretar canções, passou a ser um
dos grandes nomes da música mineira, logo, sua arte ultrapassou barreiras,
tornando-se não só celebridade em nosso país, como fora dele.
Sua essência, apesar de toda a
fama, nunca mudara, continuava sendo o rapaz tímido e bom amigo como dantes,
frequentando, sempre que possível, os mesmos lugares e mantendo um ciclo fiel
de amizades.
Sua luta se fez através dos
Movimentos de Jovens Contra a Ditadura Militar na capital mineira, ao lado da
nossa presidenta Dilma Rousseff, Galeno, Carlos Alberto, Guido, Márcio Borges,
entre outras figuras notórias da história da militância brasileira em prol de
ideais que visavam o bem coletivo e não de uma minoria elitista.
Sua luta tornou-se exemplo para
jovens que buscavam gritar suas insatisfações através da música. Uma geração
que fez história e que merece ser saudada por seu legado político.
MIlton NAScimento, que carrega em
seu nome o de seu estado, Minas Gerais, comemorou no último ano seu
setuagenário e ainda conserva sua voz marcante, além de ser uma figura de
respeito dentro e fora de nosso país, angariando multidões de fãs que até hoje
respeitam e cantam as músicas que foram perseguidas durante o período mais
injusto e vergonhoso da história política nacional.
E é no exemplo desses jovens
heroicos, dotados de um amor surreal e respeitoso por nossa nação, que devemos
nos espelhar para lutar por um futuro próspero para nossa pátria amada.
“Se hoje é triste a verdade
Procure nova poesia
Procure nova alegria
Para amanhã...”. (MiltonNascimento/Márcio
Borges)