terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Pequena grande história de um amor utópico.



“Noite fresca, coração vazio e mais um dia que se vai, porém a lembrança de um grande amor fica cravada em seu corpo, modificando suas ações, sufocando sua alma.
A noite se torna cheia, com o sentimentalismo exacerbado que a invade, a saudade obsoleta e o arrependimento se tornam coadjuvantes e mais uma vez o choro se faz necessário para abafar essas emoções que lhe preenchem.
Nas lembranças vagam os doze anos passados do primeiro beijo e do amor que ali nasceria e que a acompanharia por toda vida.
As músicas e as juras de amor trocadas nas longas e apaixonadas cartas tornaram-se mais presentes que tudo, porém o sutil sinal do tempo passado insiste em amargurá-la e a lhe lembrar que sua felicidade plena passou e que hoje esse grande amor se tornou pó, permanecendo apenas lembranças de um primeiro amor que se foi.
Embora tivessem jurado amor eterno, o destino usou de suas artimanhas para separá-los e assim como seu sempre amor dizia ‘o mundo está girando’ mais uma vez ela se encontra só nessa roda viva, saudando esse sentimento envelhecido e real que não a faz cogitar desistir de um final feliz, pensamento utópico talvez, mas que a faz criar coragem de encarar seus dias.
Enxuga suas lágrimas e mais uma vez sussurra : ‘sonhos não envelhecem’. “

Acreditar no amor é a mais bela regra a ser seguida nessa vida! Pé na tábua e siga sonhando!!!

Clichê - Porém sempre um bom tema!



“ Quem sabe isso que dizer amor...
Estrada de fazer o sonho acontecer.”

De repente ao ouvir essa música de Milton Nascimento um sentimento de amor me preencheu, parei minha leitura imediatamente e resolvi escrever esse lapso.

Coração vazio de paixões às vezes torna-se viável e confortante, pois é um ótimo momento para cultivar o amor que realmente vale a pena: o próprio.
Nada como se dar ao luxo de alimentar a alma ouvindo uma boa música ou perdendo o tempo com si próprio, além de é claro aproveitar esse ócio para acrescentar algo à você, pois logo esse intervalo acaba e o saudoso “amor de valentine”  volta para preencher e ocupar todo o espaço da vida.

Amor, amor, amor – não deve ser um sentimento de sofrimento ou felicidade exacerbados, mas sim um verdadeiro equilíbrio de tudo o que nos faz bem.
Felicidade... Que você seja a mesma sempre, nem mais, nem menos, sua dosagem perfeita me faz amá-la de uma maneira sublime.

Curiosidade: a imagem de coração que tanto usamos foi inspirada (putz!) em uma mulher de costas e curvada! Oh lord, passamos a vida desenhando nádegas?

sábado, 19 de janeiro de 2013

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 19/01/2013


"Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem... A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos.". (Karl Marx).


O movimento das Diretas Já no Brasil foi um grande passo para a juventude marcar, mais uma vez, sua voz. Nesse contexto foi eleito o presidente Tancredo Neves, nome de grande valia dentro do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) constituinte da então Aliança Democrática.
Tancredo teve uma grande carreira política, entre outros cargos, ocupou o de governador de Minas Gerais, seu último antes da presidência. Em 15 de janeiro de 1985 foi eleito presidente do Brasil, sendo que adoeceu logo em seguida, na véspera de sua posse, vindo a falecer 39 dias após, sem ter sido devidamente empossado.
Defendido então pela lei nº 7.465, mesmo sem ter sido empossado, devido seu falecimento, seu nome, segundo a lei, deve constar na galeria de presidentes do país, que mesmo não exercendo é um direito assegurado o de ter ser nome na história.
Essa lei, presente em nossa legislação, foi promulgada um ano após seu falecimento, sendo respeitada até hoje. Nesse contexto faz-se necessário a pergunta: Porque a mídia brasileira não considera esse fato ao criticar a legislação venezuelana nesse momento de impasse na presidência?
Hugo Chávez até então internado em Cuba, passa por um grave problema de saúde e a imprensa brasileira, assim como as outras, sequer respeitam esse momento. Será que essa mesma imprensa foi tão intolerante com Tancredo Neves?
Assim como perseguem e em vários momentos informam, de maneira absurda, que Fidel Castro morreu, os mesmos circulam imagens de Hugo Chávez devidamente falecido. É um absurdo a falta de respeito para com a legislação de outros países, isso se dá por conta de uma mídia sensacionalista que busca somente o escândalo e pouco se importa com o bom senso.
Está na hora de se espelhar na história do nosso país para se tornar mais tolerante com os fatos que ocorrem no mundo. Criar factoides em cima da legislação alheia, sem ao menos lembrar que a nossa também possui determinados decretos e um tanto quanto carente de ética. Mais uma vez é necessário colocar o bom senso em primeiro lugar, esse que de uma forma e de outra está em falta dentro do sensacionalismo exacerbado que ronda a imprensa do nosso país.
"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.".
(Che Guevara)




Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 12/01/2013


“Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência.” (Karl Marx).


Falar em ser social pode ser somente mais um clichê, mas admirar os feitos de quem realmente coloca em prática a essência desse ideal se faz mais que necessário.
E é nesse contexto que se enquadra Sônia Gandhi, uma mulher brilhante que deixou suas raízes por amor e por ideologia tornou-se um mito na história mundial.
Sua história é simplesmente encantadora, com um início de conto de fadas e um desenrolar fantástico.
Italiana, classe média, de uma família tradicional, deixou seu país de origem para estudar na Inglaterra e que por força do destino conhece Rajiv Gandhi, filho da primeira-ministra indiana Indira Gandhi. Até então tudo transcorre da melhor maneira possível, mas ao casar torna-se uma indiana, abandona seu país de origem para viver em uma realidade totalmente oposta a sua, sem contar a notoriedade que teve que encarar, largando a simples vida provinciana que a aguardava em seu país para fazer parte da família de maior força política da Índia.
Sônia sempre se mostrou uma excelente dona de casa, uma ótima nora, cunhada e esposa exemplar, já que na índia a família inteira convive no mesmo lar. Embora o nome que passou a carregar fizesse parte de uma dinastia política, ela de maneira alguma se envolvia com política, mesmo seu marido, que era piloto, deixava de lado os princípios familiares para à maneira deles viver uma vida normal. Mas o destino quis lutar contra isso, após a morte de sua sogra, seu marido se obrigou a assumir o poder do partido, ocupando assim o cargo de maior importância no país, o de primeiro-ministro.
Rajiv foi um ótimo político, porém assim como sua mãe foi assassinado por radicais de oposição ao seu governo, acredita-se que por princípios religiosos. Viúva e com dois filhos, a italiana se encontra totalmente desamparada, mas mesmo assim abraça a nação que tornou-se sua após seu casamento, não voltando para a Itália e conquistando o respeito e admiração dos indianos. Sônia assume então as frentes do partido, que por tradição leva um Gandhi como seu representante e insere uma nova forma de conduzir as relações dentro do mesmo. Rompe com a tradição de sua família ao recusar o cargo de primeira-ministra e conduz sua administração partidária e seus compromissos políticos sempre guiados pelo amor e respeito que ela aprendeu a dedicar à população indiana.
A história dessa guerreira é narrada com extrema admiração, pois resume a luta feminista e nos mostra que é possível sim apaixonar-se por uma cultura que não é sua e lutar em prol de melhorias para uma nação inteira. O exemplo de uma simples estudante que passa a ser dona de casa e que se encontra sem saída a não ser lutar e defender uma ideologia nos aponta para a fé de que tudo pode ser feito, toda luta, todo o poder ideológico pode e deve ser colocados em prática por qualquer um, desde que a força de vontade e o princípio de ajudar o próximo sejam colocados em prática.
Essa é uma luta real e todos podemos fazer parte. O mais simples dos seres humanos tem em si o dom de lutar em prol de seus semelhantes.

“Correndo o risco de parecer ridículo, deixem-me dizer-lhes que o verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de amor.” (Che Guevara).
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Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 05/01/2013



Porque se chamava homem
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases
lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos
”.
(Milton Nascimento/ Lô e Márcio Borges)


Foi com a música que uma geração exemplar lutou contra a ditadura militar no Brasil. No seio da capital mineira, brados retumbantes ecoavam em protesto a um governo absurdo que buscava calar a juventude. É nesse cenário que surge o “Clube da Esquina”, reunindo grandes gênios da música popular brasileira.
Nesse contexto temos como personagens: Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges, Beto Guedes, entre outras figuras de renome em nossa história musical.
Uma geração de grande notoriedade, que faltariam palavras para conceituá-la, portanto, faz-se necessário focar em somente um personagem: Milton Nascimento, o popular Bituca.
Vituperatus (mais um dos muitos apelidos) era um menino negro, de vinte anos, recém-chegado de Três Pontas, interior de Minas Gerais, para tentar a vida na capital, trabalhando como escriturário e “arranhando” seu violão nas horas vagas. Foi assim que conquistou uma grande turma de devotos de seu talento e sua voz.
Milton, dotado de um dom impressionante tanto pra compor como para interpretar canções, passou a ser um dos grandes nomes da música mineira, logo, sua arte ultrapassou barreiras, tornando-se não só celebridade em nosso país, como fora dele.
Sua essência, apesar de toda a fama, nunca mudara, continuava sendo o rapaz tímido e bom amigo como dantes, frequentando, sempre que possível, os mesmos lugares e mantendo um ciclo fiel de amizades.
Sua luta se fez através dos Movimentos de Jovens Contra a Ditadura Militar na capital mineira, ao lado da nossa presidenta Dilma Rousseff, Galeno, Carlos Alberto, Guido, Márcio Borges, entre outras figuras notórias da história da militância brasileira em prol de ideais que visavam o bem coletivo e não de uma minoria elitista.
Sua luta tornou-se exemplo para jovens que buscavam gritar suas insatisfações através da música. Uma geração que fez história e que merece ser saudada por seu legado político.
MIlton NAScimento, que carrega em seu nome o de seu estado, Minas Gerais, comemorou no último ano seu setuagenário e ainda conserva sua voz marcante, além de ser uma figura de respeito dentro e fora de nosso país, angariando multidões de fãs que até hoje respeitam e cantam as músicas que foram perseguidas durante o período mais injusto e vergonhoso da história política nacional.
E é no exemplo desses jovens heroicos, dotados de um amor surreal e respeitoso por nossa nação, que devemos nos espelhar para lutar por um futuro próspero para nossa pátria amada.
“Se hoje é triste a verdade
Procure nova poesia
Procure nova alegria
Para amanhã...”. (MiltonNascimento/Márcio Borges)