quarta-feira, 19 de junho de 2013

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 06/04/2013

“A alma da fome é política.”.
(Hebert de Souza – Betinho)



As relações de mudividência definem nosso caráter, assim como nosso legado. Essas relações nada mais são que o reflexo de nossos valores morais e de nossa convivência com o meio.
Um exemplo de boa conduta em suas relações assim como em seus pensamentos e ideologia foi o sociólogo Hebert de Souza, o saudoso Betinho. Personagem de grande valia quando se trata da história dos Movimentos Sociais no Brasil. Mesmo debilitado por ser hemofílico, doença genética herdada de sua mãe, e conseqüentemente portador de HIV, devido às transfusões que foram feitas em função da primeira enfermidade, não deixou de fazer sua parte e de lutar em prol de seus sonhos.
A aceitabilidade social de seus conceitos não foi muito bem quista durante o golpe militar de 1964 e embora tenha tentado fugir da repressão foi exilado no Chile, participando então da assessoria do Governo de Salvador Allende, além de ter buscado refúgio em outros países, tais como México e Canadá.
Betinho retorna ao Brasil em 1979, dando sequência a seus trabalhos sociais, incluindo a luta contra a fome e o apoio aos portadores de AIDS.
Lutou em prol da Reforma Agrária, do Impeachment do presidente Fernando Collor, ajudou a criar o Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, além de institutos de humanização para os portadores de doenças sexualmente transmissíveis e infecto contagiosas.
Esse grande cidadão brasileiro veio a falecer em 1997, aos 61 anos de idade, em função da hemofilia e da AIDS. Sua história de conotação extremamente positiva, nada mais é que um exemplo de que não é necessário estar no governo para fazer a diferença.  Atos benéficos e humanismo estão em primeiro lugar quando a questão é SER humano. Mais uma vez bato na tecla de que o maior hipócrita é o moralista que está contra tudo e contra todos, reclamando sempre de quem está no governo, ou não, e deixando de pensar como ser social, como um ser que pode e deve iniciar a questão da diferença dentro de sua própria casa.


“Um ser humano digno necessita em primeiro lugar Ser Humanizado.”.

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