“Ser capaz de prestar atenção a si mesmo é
pré-requisito para ter a capacidade de prestar atenção aos outros; sentir-se
bem consigo mesmo é a condição necessária para relacionar-se com os outros”. (Erich
Fromm)
Em um mundo onde as aparências
são de extrema importância para o bem viver social o pensamento crítico muitas
vezes é deixado de lado para nos tornarmos fruto de um meio elitista e com
concepções de que debates são de pouca relevância.
Seria essa a justificativa para
uma geração que pouco demonstra sua opinião e baseiam-se nos já arcaicos
princípios da “geração coca-cola”?
Me pergunto o real motivo de nos
depararmos com argumentos já ultrapassados. O motivo seria preguiça de formas
novas linhas? Ou simplesmente o fato de estarmos formando uma geração de
analfabetos políticos? Com o perdão do termo, mas muitos se enquadram nele,
deixando de lado questões de extrema importância para o país e o mundo para
simplesmente se opor a qualquer forma de governo, reclamando do mesmo sem ao
menos saber o porquê de sua manifestação.
Seria um modismo reclamar do “tal
sistema”? Poucos sabem o que é esse sistema, simplesmente se embasam em
críticas de um famoso filme nacional, onde o protagonista luta contra o tal
sistema e assim carrega uma legião de jovens a reclamar por aí afora sem a
devida informação.
Estaria a juventude de hoje
fechando os olhos para o que realmente acontece em nosso país pelo simples fato
de que é “brega” discutir política? Ou seria culpa da boa e velha falta de
informação? Ou a culpa é dos meios de informação em massa que escondem a
realidade com publicações sensacionalistas? Meio de extrema importância para
que os grandes corruptos se aproveitem e forme seu eleitorado, baseado na
conquista indevida de votos.
É com essa indignação que concluo o lapso de hoje, porém não
posso deixar de expor o famoso texto do poeta e dramaturgo alemão Bertolt
Brecht:
O ANALFABETO POLÍTICO
O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, não participa
dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil
Que da sua ignorância política
Nascem a prostituta, o menor abandonado,
o assaltante e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra,
corrupto
e lacaio das empresas nacionais e
multinacionais.
Pode ser utópico repetir que somente na informação e adoção
de debates críticos que formaremos uma geração digna de respeito.
Não é na ostentação que se faz a história, mas
sim em atos culturais e políticos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário