quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 15/12/2012


“Ser capaz de prestar atenção a si mesmo é pré-requisito para ter a capacidade de prestar atenção aos outros; sentir-se bem consigo mesmo é a condição necessária para relacionar-se com os outros”. (Erich Fromm)

Em um mundo onde as aparências são de extrema importância para o bem viver social o pensamento crítico muitas vezes é deixado de lado para nos tornarmos fruto de um meio elitista e com concepções de que debates são de pouca relevância.
Seria essa a justificativa para uma geração que pouco demonstra sua opinião e baseiam-se nos já arcaicos princípios da “geração coca-cola”?
Me pergunto o real motivo de nos depararmos com argumentos já ultrapassados. O motivo seria preguiça de formas novas linhas? Ou simplesmente o fato de estarmos formando uma geração de analfabetos políticos? Com o perdão do termo, mas muitos se enquadram nele, deixando de lado questões de extrema importância para o país e o mundo para simplesmente se opor a qualquer forma de governo, reclamando do mesmo sem ao menos saber o porquê de sua manifestação.
Seria um modismo reclamar do “tal sistema”? Poucos sabem o que é esse sistema, simplesmente se embasam em críticas de um famoso filme nacional, onde o protagonista luta contra o tal sistema e assim carrega uma legião de jovens a reclamar por aí afora sem a devida informação.
Estaria a juventude de hoje fechando os olhos para o que realmente acontece em nosso país pelo simples fato de que é “brega” discutir política? Ou seria culpa da boa e velha falta de informação? Ou a culpa é dos meios de informação em massa que escondem a realidade com publicações sensacionalistas? Meio de extrema importância para que os grandes corruptos se aproveitem e forme seu eleitorado, baseado na conquista indevida de votos.
É com essa indignação que concluo o lapso de hoje, porém não posso deixar de expor o famoso texto do poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht:
O ANALFABETO POLÍTICO
O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala, não participa
dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro
que se orgulha e estufa o peito
dizendo que odeia política.
Não sabe o imbecil
Que da sua ignorância política
Nascem a prostituta, o menor abandonado,
o assaltante e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista, pilantra, corrupto
e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Pode ser utópico repetir que somente na informação e adoção de debates críticos que formaremos uma geração digna de respeito.
Não é na ostentação que se faz a história, mas sim em atos culturais e políticos!

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