“Sou rainha do meu tanque
Sou Pagu indignada no palanque
Fama de porra louca
Tudo bem...”
Sou Pagu indignada no palanque
Fama de porra louca
Tudo bem...”
(Pagu - Rita Lee/Zélia Duncan)
Falar de feminismo hoje, não se resume em queimar sutiã e
bater de frente com os homens, o Dia Internacional da Mulher não é somente a
data típica de saudar as vítimas do lamentável acontecimento que ocorreu nesta
mesma data em 1857, em Nova Iorque. Esse dia hoje representa as conquistas das
mulheres ao longo dos séculos, que com seus atos, seja dentro de casa, criando
seus filhos, seja trabalhando, constroem um mundo melhor e mais digno. O dom de
acalmar, de revolucionar, de amar dentro de cada mulher, nada mais é que um
instinto, que está implícito em cada uma delas, em todos os cantos desse mundo.
Uma personagem mitológica dentro de nossa história empresta
uma magnífica biografia hoje, para iniciarmos nossas reflexões sobre grandes
mulheres brasileiras. Patrícia Galvão, a imponente PAGU.
Primeira comunista a ser presa em nosso país, primeira
feminista da história nacional, mãe, companheira, militante, atriz, símbolo de
beleza nacional, intelectual, guerrilheira, professora, jornalista, jovem explorada
assim como muitas durante sua infância, tendo uma precoce iniciação sexual, até
por não saber do que se tratava, em 1934 consegue as sementes de soja com o
imperador Pu-Yi dando assim inicio ao cultivo do cereal no Brasil. Pagu não
simboliza apenas uma luta política, representa o que é ser MULHER, em uma época
machista e ditatorial da história de nosso país.
Companheira de Oswald de Andrade, tendo um casamento um pouco
conturbado até que o mesmo torna-se apenas amizade, fez parte da Semana de Arte
Moderna, viajou o mundo conhecendo a realidade dos mais necessitados,
sacrificando o convívio com seu próprio filho, até então menor de idade, por um
ideal humanitário, para lutar contra a fome e a diferença de classes.
Conheceu e debateu com personagens importantes da história
mundial, assim como René Crevel, André Breton, Jean-Paul Sartre, Eugénie
Ionesco, Raul Bopp, Freud, Tarsila do Amaral, Norah Borges, Luís Carlos
Prestes, entre outras personalidades da época.
Em setembro de 1962, portadora de um câncer, tenta suicídio
em Paris, cidade que ela amava profundamente e falece em 12 de dezembro do
mesmo ano em Santos.
Por mais que eu tente exprimir neste curto espaço suas
conquistas, me cerco de um sentimento de pouco aproveitamento de sua biografia,
sua história merece ser pesquisada, merece ser estudada a fundo, pois nela é
refletida a luta feminina por direitos de ordem humanitária e por valorização
da mulher, não só como uma bela figura, mas como representante de seu povo.
Pagu é uma personalidade que exprime o orgulho nacional por
essas guerreiras que acordam todos os dias em busca de um país melhor, de
melhores condições para criarem seus filhos em um mundo muitas vezes exclusivo
da autonomia masculina. E é por elas que hoje faço essa pequena homenagem a
todas as que, assim como eu, acreditam em um futuro decente para as próximas
gerações.
Por fim, vale lembrar que neste mês, farei uma sequência, em
homenagem ao Mês das mulheres, relembrando e saudando grandes mulheres da
história política nacional.
“Porque,
Nem toda feiticeira é corcunda,
Nem toda brasileira é bunda,
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem!”
Nem toda feiticeira é corcunda,
Nem toda brasileira é bunda,
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito homem!”
(Pagu –
Rita Lee/Zélia Duncan)
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