sexta-feira, 1 de março de 2013

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê 16/02/2013


“... esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer”.

(Geraldo Vandré)

 

Carlos Mariguella, inimigo número um da Ditadura Militar, foi um militante ativo, um baiano que não se contentou em apenas reclamar da realidade do país e seguiu em frente, rumo aos seus ideais.

Em 1932, foi preso pela primeira vez, em função de suas atividades políticas, sob ordem de Juracy Magalhães, interventor colocado pela Ditadura Vargas, que anos depois, já em 1947, foi deputado, durante o mesmo período do mandato que Mariguella exerceu, sendo uma das “pedras no sapato” do revolucionário.

Além de ter passado por perseguições absurdas, por prisões, por espancamento, Carlos teve um episódio lembrado por muitos, como heroico. Perseguido, certo dia, entra em um cinema e leva um tiro ali mesmo, o qual exibiu a marca da bala até seus últimos dias, como uma vitória contra a repressão.

Mariguella participou da guerrilha armada contra a Ditadura, fez treinamentos em Cuba, participou dos “assaltos” que tanto marginalizam hoje, mas que foi alicerce para o Movimento contra a repressão. Foi o mesmo que se levantou contra o burocratismo e o conformismo do velho PCB e arrastou consigo centenas de bravos militantes para formar a ALN.

Um herói que teve uma morte grotesca e da maneira mais fria possível, típico de um sistema falho de um governo absurdamente cruel.

Um exemplo de garra, esse baiano que poderia se conformar, mas que foi atrás de escrever seu capítulo na história nacional.

“Mariguella é o centro, a figura política por excelência da luta contra a ditadura, aquele que representou o que de melhor tem o povo brasileiro”. (Jorge Amado)

 

“Mariguella tinha razão?

A resposta depende da posição de cada um. Mas o que não padece dúvida é que a luta de esquerda, em suas várias modalidades, foi e é um dos esforços mais importantes nesse século para tentar estabelecer no mundo uma norma mais justa e mais humana de vida em sociedade” ( Antônio Cândido)

 

- Essa coluna faz parte de uma trilogia sobre a história de Carlos Mariguella, sendo esta a segunda publicação sobre o homenageado.

 

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