sábado, 19 de janeiro de 2013

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 19/01/2013


"Os homens fazem a sua própria história, mas não o fazem como querem... A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos.". (Karl Marx).


O movimento das Diretas Já no Brasil foi um grande passo para a juventude marcar, mais uma vez, sua voz. Nesse contexto foi eleito o presidente Tancredo Neves, nome de grande valia dentro do PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro) constituinte da então Aliança Democrática.
Tancredo teve uma grande carreira política, entre outros cargos, ocupou o de governador de Minas Gerais, seu último antes da presidência. Em 15 de janeiro de 1985 foi eleito presidente do Brasil, sendo que adoeceu logo em seguida, na véspera de sua posse, vindo a falecer 39 dias após, sem ter sido devidamente empossado.
Defendido então pela lei nº 7.465, mesmo sem ter sido empossado, devido seu falecimento, seu nome, segundo a lei, deve constar na galeria de presidentes do país, que mesmo não exercendo é um direito assegurado o de ter ser nome na história.
Essa lei, presente em nossa legislação, foi promulgada um ano após seu falecimento, sendo respeitada até hoje. Nesse contexto faz-se necessário a pergunta: Porque a mídia brasileira não considera esse fato ao criticar a legislação venezuelana nesse momento de impasse na presidência?
Hugo Chávez até então internado em Cuba, passa por um grave problema de saúde e a imprensa brasileira, assim como as outras, sequer respeitam esse momento. Será que essa mesma imprensa foi tão intolerante com Tancredo Neves?
Assim como perseguem e em vários momentos informam, de maneira absurda, que Fidel Castro morreu, os mesmos circulam imagens de Hugo Chávez devidamente falecido. É um absurdo a falta de respeito para com a legislação de outros países, isso se dá por conta de uma mídia sensacionalista que busca somente o escândalo e pouco se importa com o bom senso.
Está na hora de se espelhar na história do nosso país para se tornar mais tolerante com os fatos que ocorrem no mundo. Criar factoides em cima da legislação alheia, sem ao menos lembrar que a nossa também possui determinados decretos e um tanto quanto carente de ética. Mais uma vez é necessário colocar o bom senso em primeiro lugar, esse que de uma forma e de outra está em falta dentro do sensacionalismo exacerbado que ronda a imprensa do nosso país.
"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.".
(Che Guevara)




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