terça-feira, 27 de novembro de 2012

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 24/11/2012


“Compreendam-me: sou um homem de revolução. Aceito, assim, as grandes necessidades, mas somente sob uma condição: que sejam a confirmação dos princípios e não o seu desrespeito.” (Victor Hugo)


O nome que para alguns é somente uma grife renomada, para outros é sinônimo de uma luta em prol da humanização. O responsável pela inspiração de hoje é Victor Hugo, poeta francês e militante louvável contra a pena de morte.
A injustiça social, seguida de grande militância em defesa de seus ideais foi peça chave nas obras e na vida do escritor, que mesmo sendo um dos principais apoiadores da campanha política de Napoleão Bonaparte, foi também o primeiro a se rebelar contra a política elitista, ditatorial e abusiva da pena de morte.
Essa luta o levou ao exílio, aumentando ainda mais sua concepção ideológica por um mundo e uma França mais justa. Lutando por uma ordem e progresso específica para todos e não para uma minoria elitista.
Nessa perspectiva, me sinto em total necessidade de citar os assassinatos em massa que está assolando nosso país. Seria essa uma pena de morte imposta por bandidos, esses que ao contrário dos que Victor Hugo tanto lutou contra, não possuem títulos públicos e nem foram eleitos por uma democracia?
É assustador o número de assassinatos já registrados, além das trágicas mortes de cidadãos que não possuem ligação alguma ou conhecimento dos reais motivos dessa luta sangrenta.
No Brasil de hoje a pena de morte virou movimento e não punição, imposta por uma guerra sem fim entre polícia e bandidos, pena essa não oficializada, mas que ceifa a vida de muitos cidadãos comuns que apenas procuram sobreviver em um espaço pouco respeitado e carente de “Hugos” para defender seus direitos.
Até onde essa epidemia de marginalidade irá assolar nosso país? Até quando iremos nos contentar em ver os noticiários e não nos mobilizar para uma possível solução?
Não é no conformismo que se faz um futuro próspero, é na militância, é na luta pelos nossos direitos que podemos fazer a diferença. Reclamar da segurança pública e do governo é fácil, difícil mesmo é fazer concorrência a essa onda de negatividade em massa sem fundamentos críticos.
E por falar em contemporaneidade... Estaria Napoleão prevendo o tribunal de exceção que se tornou o caso do mensalão no Brasil ao citar o famoso trecho: “Do sublime ao ridículo há apenas um passo.”? Mais que inquisitório esse processo é uma grotesca comédia sem fundo ético.

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