terça-feira, 27 de novembro de 2012

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 17/11/2012


Ideologia, aspecto imanente do ser humano, que assim como a linguagem está inserido em nossas manifestações.
E por essa ideologia, que muitos jovens buscaram seus direitos e do seu país durante o Regime Militar, período vergonhoso que atrasou em 21 anos a “ordem e progresso”, estampada com tanto orgulho em nossa bandeira.
Em 1979, surge a Lei de Anistia, essa que possibilita a volta dos presos políticos ao nosso país, mas que também “limpa a imagem” dos maiores vilões do período – os torturadores.
A anistia aos perseguidos políticos da Ditadura Militar brasileira, dado como bandidos que ameaçavam a segurança e a ordem, enquanto na verdade eram jovens em busca de um país justo e democrático, nada mais foi que uma obrigação cumprida por um governo elitista, individualista e dotado de uma mediocridade generalizada
A primeira a “voltar para casa” foi Dulce Maia, que passou 10 anos no exílio e como se não bastasse, ainda foi banida e declarada morta. Hoje, aos 70 anos, após ter sofrido meses de tortura e ter sido exilada, ainda encontra forças para se dedicar à questão ecológica, com trabalhos relacionados ao Parque Nacional de Bocaína e ao do Itatiaia, nos serve de exemplo de força e coragem para lutar em prol de nossas ideologias.
E é nesse contexto que a pergunta não cala: Não vão pedir desculpas?
Toda uma geração foi perseguida, desrespeitada e marginalizada por um único motivo: a necessidade de lutar pelos direitos de seu país, e as forças armadas em nenhum momento se propôs a abrir seus arquivos ou apenas formalizar um pedido de desculpas.
Enquanto isso, vejo uma pequena porcentagem de jovem mal intencionados em redes sociais pedindo a volta da ditadura. Que motivos os levam a tal pensamento? Seria uma falta de ideologia ou a simples falta de conhecimento da dor e do atraso que o Brasil sofreu com esse período?
Ao invés desse pensamento utópico e prematuro, insisto em afirmar que necessitamos de uma luta diferencial, onde os jovens tenham voz ativa e ideologia política diferenciada, somada a valores não elitistas ou ditatoriais, mas que preze o Ser Humano e o bem estar comunitário.
“Nossa luta tem que ser feita por nós. Só nós é que podemos nos libertar.” (Karl Marx)

“E é a você, somente a você, que dedico minha formação ideológica e toda a crença em um mundo melhor e mais humanizado, é a você mãe, que me apresentou todos os princípios que sigo lutando em prol até hoje, que oferto, na semana de seu aniversário, essa coluna em agradecimento a sua história de vida e militância política que tanto admiro, maior herança que um filho pode ter.”

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