sexta-feira, 13 de junho de 2014

Análise do lixo publicado pelo Rodrigo Constantino acerca do estupro na Veja. (Elas não merecem ser estupradas. Mas...)



Para analisar as condições de produção, antes de mais nada, neste texto, faz-se necessário retomar o conceito de ideologia, este que diz que a ideologia faz parte, ou melhor, é a condição para a constituição do sujeito e do sentido. O indivíduo é interpelado em sujeito pela ideologia para que se produza o dizer.
Seria natural apenas considerar que as condições que levariam à produção deste texto foi a pesquisa que divulga que muitos brasileiros pensam que o estupro é “merecido” quando as mulheres se comportam “mal”, pois bem, o texto foi embasado nesta pesquisa, que foi a condição de produção do mesmo, ou seja, o contexto imediato, porém no transcorrer da discussão o autor deixa bem claro suas ideologias, esta que por sua vez se mostram machistas e anti-governamentais. Aí vem a pergunta: será que o objetivo do texto é discorrer acerca da pesquisa ou apenas firmar argumentos preconceituosos ou de posição partidária?
Ao analisarmos as condições de produção, neste contexto, devemos lembrar um conceito chave que diz que as condições de produção são centradas na memória, esta que por sua vez, tem suas características quando pensada em relação ao discurso. E, nessa perspectiva, ela é trabalhada como interdiscurso.
As condições, neste texto, são as discussões e a polêmica envolvendo o que se pensa sobre o tema estupro. Além da ideologia já mencionada podemos observar um discurso preconceituoso ao retomar a memória do caso “Sakamoto” e “Huck” seguido de um pessimismo sobre o Brasil ao afirmar que há grandes chances de ser assaltado no país.
Além disso, ao usar o adjetivo “malandro” para firmar sua ideologia pessimista, o autor recupera a memória de discussões nos anos 90 que afirmavam que o PT, partido hoje no governo, era composto de sindicalistas malandros, estes que na voz do autor do texto presente criaram um país de otários, afirmando mais uma vez sua ideologia partidária, esta que ao meu ver é o eixo do discurso presente no texto ao considerarmos que o autor usa o tema estupro a favor de sua necessidade de discutir sua posição política reacionária.
Por fim, afirma-se mais uma vez sua ideologia machista sugerindo que as mulheres deveriam ser mais recatadas, sem deixar  de, em suas considerações finais, usar mais uma vez seu discurso reacionário, ironizando o governo do Brasil e suas políticas públicas.

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