sexta-feira, 13 de junho de 2014

Resenha do livro Fortaleza Digital de Dan Brown



Resumo: Esta resenha visa apresentar o livro Digital Fortress do autor Dan Brown, lançado nos EUA em 1998 e com tradução para o português de Carlos Irineu Costa sob o título de Fortaleza Digital. No Brasil foi publicado pela editora Arqueiro, especializada em livros de aventura e suspense, assim como traduções de Best Sellers. O presente trabalho visa além de direcionar uma leitura crítica ao livro, compará-lo ao escândalo envolvendo o governo dos Estados Unidos da América e governantes de outros países que tiveram seus arquivos eletrônicos de correspondências e demais informações investigados pelo governo americano sem autorizações para tais quebra de sigilo.
Palavras-chave: Literatura Fantástica, Dan Brown, Sigilo Eletrônico, Literatura Contemporânea Americana, ciberespionagem.

            Fortaleza Digital é uma surpreendente aventura de uma bela matemática, Susan Fietcher, que como criptografa tem por objetivo encontrar a chave de um engenhoso código para evitar um desastre na história da NSA, Agência Nacional de Segurança Americana.
            Para narrar tal história o autor faz uso de um conflito envolvendo um funcionário que deseja vingar-se do país que cria um poderoso sistema de quebra de sigilo e envio de mensagens, estas que os EUA com o passar dos anos utilizou para espionar a segurança de outros países.
            Ensei Tankado, um deficiente com sua doença causada devido à radiação da bomba atômica no Japão tem por desejo único, vingar seu país pelo ocorrido na Segunda Guerra Mundial. Para isso ele cria o Fortaleza Digital. Aparentemente ele era um ótimo funcionário e por fim é expulso da NSA e resolve detonar sua “bomba”, uma pane no sistema que divulga todo o trabalho da agência.
            Como heróis, temos o casal Susan e David, noivos, que mesmo estando longe fisicamente pensam juntos e tentam solucionar o código que reprime a pane no sistema.
            Sob muito suspense e emoção, os protagonistas buscam a solução para o fim do problema, com apoio é claro, do presidente americano, este que por sua vez faz o papel de boa pessoa que pouco sabe o porquê de alguém querer se vingar de seu país.
            A trama envolve perseguição política, policial, missão na Espanha para encontrar o vilão, este que por sua vez morre em praça pública e deixa como legado um anel contendo uma dica para a senha. Senha esta que é decodificada pelo casal protagonista nos últimos segundos do prazo de detonação do vírus no sistema. Tal quebra no sistema, se detonada, permite que hackers do mundo todo invadam o espaço sigiloso de informações do governo, o sistema é composto por barreiras de proteção e a emocionante narrativa nos permite acompanhar a quebra de todas as barreiras até chegar à última que heroicamente é impedida de ser quebrada devido à inteligência e astúcia dos protagonistas.
            Ao nos depararmos com tal narrativa não há como não intertextualizá-la com o caso Edward Snowden, este que ocorreu no ano de 2013 onde um alto funcionário do governo americano expõe ao mundo seu trabalho desonesto a mando do governo americano. O agente em questão era um espião treinado para formar bases de arquivos para a NSA, a mesma agência de segurança citada no livro. Tal fato levou à fuga imediata de Edward, seguida de asilo na Rússia no mesmo ano.
            Dan Brown ao escrever sua narrativa, 15 anos antes de acontecer de fato o escândalo envolvendo a espionagem, não pode imaginar tal repercussão de sua fantasia em termos reais. Tal coincidência leva a crer que por mais fantástica que seja a ficção a sede de espionagem e as armadilhas governamentais podem imitá-la ou até mesmo superá-la.
            No momento de discussão da presente resenha divulgou-se na internet que no próximo mês (junho de 2014) será expirado o visto de asilo de Edward Snowden na Rússia e é claro que este caso voltará à tona nas manchetes de todo mundo sem ao menos lembrar-se que tal desfecho já fora previsto por um escritor americano anos antes. O que resta é esperar que não termine de forma tão emocionante, não causando tantas mortes como na ficção. É esperar pra ver. Enquanto não temos o desfecho podemos nos deliciar com o fascinante livro do famoso mestre dos livros de ação e suspense, Dan Brown.

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