sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Publicado na Gazeta Regional de Goioerê em 02/02/12


“Ao longo da história, as pessoas têm vivido na pobreza e na miséria, foram atormentadas, foram degradadas pela fome e a ignorância, e foram conduzidas às guerras. Entretanto, nem tudo ficou igual: a diferença é que temos adquirido maior conhecimento.”. (Olof Palme)

 

Mais que um revolucionário, a personalidade retratada hoje se tornou um mito quando se fala em liberdade e política não só na América Latina como no mundo.

Trata-se de Ernesto Guevara de La Serna, um jovem argentino, nascido em Rosário, filho de provincianos e com um espírito aventureiro notório. Forma-se em medicina em 1953 em Buenos Aires, capital de seu país e resolve percorrer a América Latina ajudando os mais necessitados com o auxílio dos conhecimentos adquiridos durante sua formação. Especialista em alergia, por ironia portador de asma, resolve ir fixar moradia na Venezuela e trabalhar na cidade de Granados, porém, no caminho encontra a Bolívia em plena fase de Revolução o que o faz passar um tempo no país para conhecê-lo, embora ainda não possuísse nenhum vínculo ideológico político, para então seguir viagem para seu destino inicial: Granados. Mais uma vez seu percurso é desviado, chegando então, na noite de natal de 1953 à Guatemala, trabalhou dando assistência médica aos indígenas e, por conseguinte fixa seu trabalho em um posto médico na capital.

A partir de então inicia sua jornada política, sendo expulso do país, buscando proteção na Embaixada argentina e por fim se deslocando para o México, país de grande valia para o revolucionário, pois é lá que conhece sua primeira esposa, Raúl Castro e por consequência dessa amizade, seu irmão Fidel Castro, outro mito revolucionário mundial.

 

A partir de sua amizade com Fidel, nosso líder aprende a usar a guerrilha como forma revolucionária, assim como aperfeiçoa seus ideais políticos.

Participou com grande mérito da Revolução Cubana e teve seu nome nos mais altos cargos na formação da política socialista no país. Foi ministro, sendo que nunca usou seu cargo para exaltar-se, pelo contrário, nunca deixou de participar dos trabalhos voluntários, desde as obras do governo ou de um simples cidadão até o trabalho no corte de cana.

Após esse longo período de reestruturação política em Cuba, da participação em conferências da ONU (Organização das Nações Unidas), Che, já no ano de 1965, desaparece da vida pública e renuncia todas as suas funções no governo e partido cubano para participar das guerrilhas para libertação dos países da América Latina, fixando seus objetivos na Bolívia, enfrentando então sua última batalha.

“Não há experiência mais profunda para o revolucionário de que o ato da guerra.”

Sua morte foi confirmada em 18 de outubro de 1967, gerando uma comoção mundial, saindo então, como diria Getúlio Vargas, da vida para entrar para história.

Che Guevara, o mito, nosso herói Latino Americano nos presenteou com um legado de lutas e ideologias que nenhum outro poderia nos deixar, sua força e seu enorme medo de morrer como um burocrata nos enfatiza a verdadeira necessidade de viver por uma causa. Faleceu como um guerrilheiro, de arma na mão lutando por seus objetivos, mais que um exemplo de força ideológica, um homem para ser lembrando sempre que se fala em LUTA! Verdadeiro revolucionário, aquele que abdicou do luxo que a profissão poderia ter lhe trazido em seu país para gritar por dignidade para as gerações de latinos que o sucederam.

 

“Muitos me chamarão de aventureiro e o sou, só que de um tipo diferente: dos que entregam a pele para provar suas verdades.”. (Che Guevara – da última carta ao país.).

Curiosidade: O apelido Che, que é o que todos usam para identificá-lo, surgiu da expressão dos pampas que o jovem tanto usava, unindo-se ao seu sobrenome Guevara, torna-se um dos nomes mais citados na história política mundial.

 

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